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Como o Brincar Colaborativo Pode Ajudar no Desenvolvimento Social de Crianças Autistas

Como o Brincar Colaborativo Pode Ajudar no Desenvolvimento Social de Crianças Autistas

O brincar é uma das ferramentas mais poderosas no desenvolvimento infantil, especialmente quando se trata de habilidades sociais. Para crianças autistas, o brincar colaborativo – aquele em que há uma troca de ideias e ações entre pares – oferece oportunidades únicas de aprendizado e interação. Como pais do Gabriel, percebemos o quanto esse tipo de atividade é importante, e ao longo do tempo, fomos encontrando formas de incentivá-lo a participar e se engajar mais nas brincadeiras em grupo. Neste artigo, compartilho algumas ideias sobre como o brincar colaborativo pode ajudar no desenvolvimento social e emocional de crianças autistas e ofereço dicas práticas para colocar isso em prática.

A Importância do Brincar Colaborativo para o Desenvolvimento Social

Brincar colaborativo envolve atividades em que as crianças precisam trabalhar juntas, seja em um jogo de tabuleiro, na construção de um castelo de blocos ou em atividades como brincar de “faz de conta”. Esse tipo de brincadeira é essencial para o desenvolvimento social, pois ajuda as crianças a aprenderem a dividir, esperar a vez e entender as regras sociais, o que nem sempre é intuitivo para crianças autistas.

No caso do Gabriel, vimos que brincar com outras crianças traz benefícios como o aumento da capacidade de comunicação, o desenvolvimento de empatia e o entendimento das normas que permeiam a interação social. Aos poucos, ele começou a perceber que, para que a brincadeira funcione, é importante ouvir o outro, esperar a sua vez e até adaptar o próprio comportamento.

Benefícios do Brincar Colaborativo para Crianças Autistas

O brincar colaborativo pode parecer um desafio no início, mas os ganhos são enormes. Entre os benefícios principais, destacam-se:

  1. Desenvolvimento de Habilidades de Comunicação: Brincar com outras crianças exige que a criança autista se expresse, mesmo que seja de forma não-verbal. O olhar, o gesto e até o movimento para indicar uma ação ou preferência são passos importantes para criar uma comunicação funcional.
  2. Aumento da Tolerância e da Paciência: Nas brincadeiras em grupo, as crianças aprendem a lidar com a frustração, como quando precisam esperar ou aceitar a derrota em um jogo. Isso ajuda a desenvolver tolerância, controle emocional e resiliência.
  3. Criação de Conexões e Amizades: Através do brincar, a criança autista pode começar a criar laços e se sentir parte de um grupo. Mesmo que essas relações sejam diferentes das relações típicas, elas são um passo importante para que a criança desenvolva sua sociabilidade.
  4. Estimulação Cognitiva: Brincadeiras colaborativas envolvem resolução de problemas, memória e criatividade. Em jogos de construção ou atividades de “faz de conta”, a criança é incentivada a pensar em estratégias e a se adaptar a situações novas.

Dicas para Incentivar o Brincar Colaborativo

Aqui estão algumas estratégias que usamos e que podem ajudar outras famílias:

  1. Escolha Brincadeiras Estruturadas e Simples: Jogos com regras claras e etapas simples são ótimos para começar. Brincadeiras como “quebra-cabeças” colaborativos, jogos de tabuleiro com turnos ou construções com blocos incentivam a interação sem exigir grandes habilidades sociais no início.
  2. Use Pranchas Visuais para Ajudar na Compreensão das Regras: Muitas vezes, o Gabriel se perde em brincadeiras novas, então usamos pranchas visuais para explicar as regras e a sequência das atividades. O Matraquinha nos ajuda muito nesse ponto, pois conseguimos criar pranchas personalizadas para cada brincadeira, mostrando de forma visual o que cada etapa da brincadeira envolve.
  3. Incentive Brincadeiras de Faz de Conta: Brincar de faz de conta é uma ótima maneira de estimular a imaginação e de ajudar a criança a explorar papéis sociais. Comece com algo simples, como “brincar de mercadinho” ou “super-heróis”. Deixe que ela assuma um papel, mas sem pressioná-la, permitindo que participe no ritmo dela.
  4. Dê o Exemplo e Brinque Junto: Participe das brincadeiras e modele o comportamento que você quer incentivar. Durante o jogo, mostre como esperar a vez, como elogiar o outro e como reagir em caso de perda. As crianças aprendem muito observando e imitando os adultos, e brincar junto é uma maneira de criar um ambiente seguro para essas novas experiências.
  5. Respeite o Tempo e os Limites da Criança: Algumas crianças vão precisar de intervalos mais frequentes ou podem não gostar de certas brincadeiras. É importante estar atento aos sinais da criança e ajustar a brincadeira ao ritmo dela, para que ela se sinta confortável e respeitada.

Como o Matraquinha Pode Apoiar o Brincar Colaborativo

O Matraquinha é uma ferramenta que faz parte do nosso dia a dia, e nos ajuda bastante no preparo das brincadeiras colaborativas. Com ele, criamos pranchas que explicam as regras de cada jogo ou mostram o passo a passo da atividade, o que facilita para o Gabriel entender o que precisa fazer. Além disso, o Matraquinha ajuda a reduzir a ansiedade, pois ele sabe que, se precisar de ajuda, pode usar as imagens para se comunicar.

Nas atividades de faz de conta, por exemplo, usamos pranchas com personagens e cenários. Ele adora escolher qual “personagem” vai ser e o que esse personagem pode fazer, o que torna o momento mais divertido e cria oportunidades de interação espontânea.

O brincar colaborativo é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento social de crianças autistas, mas é importante lembrar que cada criança tem seu ritmo e suas preferências. Com paciência, criatividade e apoio visual, é possível criar momentos de interação que sejam prazerosos e enriquecedores para toda a família.

Se você ainda não experimentou, aproveite para incluir o Matraquinha nesse processo. Esse recurso pode fazer uma grande diferença, tornando as brincadeiras mais acessíveis e proporcionando um suporte extra para a comunicação. Com essas ferramentas e estratégias, o brincar colaborativo pode se tornar um momento de crescimento e de conexão para as crianças autistas e todos ao seu redor.